28/08/2023 às 18h19min - Atualizada em 28/08/2023 às 18h19min

Preservação de dados de clientes ainda é um desafio e preocupa corporações

Treinamentos, transparência e segurança são aspectos fundamentais para manter reputação e evitar penalidades.

Redação
Foto: jannoon028/Freepik
A preservação segura dos dados dos clientes é um desafio constante no cenário empresarial cada vez mais digitalizado. A era da informação trouxe consigo benefícios significativos, mas também uma responsabilidade crescente na salvaguarda das informações pessoais e sensíveis dos consumidores. Nesse contexto, a preocupação com a preservação adequada desses dados tornou-se uma pauta crucial nas estratégias de negócios.
 
Os recentes avanços tecnológicos e regulamentações de proteção de dados, como o GDPR na Europa e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, reforçaram a necessidade imperativa de se adotar medidas rigorosas para garantir a integridade e a privacidade dos dados dos clientes. Entretanto, muitas corporações ainda se deparam com desafios ao implementar práticas eficazes de preservação de dados.
 
Um aspecto-chave para enfrentar essa questão reside na abordagem proativa por meio do treinamento de compliance. Capacitar os colaboradores para compreender e seguir as políticas de proteção de dados é essencial para a criação de uma cultura de segurança cibernética. Esse tipo de capacitação não apenas promove a conscientização sobre a importância da preservação de dados, mas também habilita os funcionários a reconhecerem e responderem adequadamente a potenciais ameaças.
 
Além de treinamentos, a importância de outros mecanismos, como a transparência e a segurança, não pode ser subestimada. Isso porque, a transparência efetiva nas práticas de coleta, uso e armazenamento de dados estabelece um vínculo de confiança com os clientes, permitindo que eles compreendam como suas informações são tratadas. Já a segurança robusta, por sua vez, é um pilar vital para proteger as informações contra ameaças cibernéticas.
 
Investir em tecnologias avançadas de segurança e adotar políticas de privacidade claras não apenas reduz o risco de violações, mas também promove a reputação da empresa como uma guardiã dos dados dos clientes. Integrar esses mecanismos de forma abrangente e coordenada é fundamental para criar um ambiente em que a preservação desse material seja uma prioridade.
 
Transparência e conformidade devem andar juntas
No início de 2023, a Cisco apresentou os resultados do seu Estudo Comparativo de Referência de Privacidade de Dados (Data Privacy Benchmark Study). Os resultados revelaram que, apesar de um cenário econômico desafiador, as organizações continuam priorizando investimentos em privacidade, representado pelo aumento nesses gastos – de US$ 1,2 milhão há apenas três anos para US$ 2,7 milhões em 2023. 

Em entrevista à imprensa, Harvey Jang, vice-presidente e diretor de Privacidade da Cisco, enfatizou que conformidade e transparência devem andar juntas quando se trata de construir confiança. Ele apontou que a transparência se destacou como a principal prioridade para os consumidores confiarem nas empresas (39%), enquanto as organizações pesquisadas consideraram a conformidade como a prioridade primordial para estabelecer a confiança do cliente (30%).
 
Segundo o estudo, 96% das organizações afirmam possuir processos para atender aos padrões éticos e responsáveis esperados pelos clientes em relação a soluções e serviços de IA.
 
Consequência da violação de dados para as empresas
A violação de dados, que abrange qualquer acesso não autorizado ou divulgação de informações confidenciais, pode trazer uma série de consequências para as empresas. A perda de confiança por parte dos stakeholders é uma delas, prejudicando a reputação da companhia. Isso foi evidenciado por uma pesquisa feita pelo Google com a Ipsos, indicando que a preocupação com dados está superando a fidelidade à marca.
 
A LGPD prevê multas e penalidades proporcionais à gravidade da violação. As multas podem chegar a até 2% do faturamento anual da empresa, além do bloqueio de uso de dados e indenizações. Com a repercussão negativa da violação, a notícia pode atingir a mídia e as redes sociais, afetando a imagem da corporação. 
 
As violações podem levar à perda de informações sensíveis, como dados pessoais e financeiros. Isso interrompe operações, prejudicando a vantagem competitiva. Ações judiciais podem ser movidas por clientes, reguladores e partes interessadas, resultando em custos legais substanciais e compensações financeiras.
 
Outra consequência negativa é o roubo de propriedade intelectual, em que métodos, estratégias e informações desenvolvidas pela empresa são comprometidos, levando a riscos de plágio e uso indevido. Portanto, a preservação de dados se torna primordial para evitar esses cenários adversos.
 
O que fazer para evitar violações de dados
Evitar um vazamento de dados deve ser prioridade para as empresas. Essa é uma forma de preservar as informações de seus clientes e manter sua reputação intacta. Para isso, é preciso adotar uma abordagem de segurança cibernética que englobe diversas medidas de proteção.
 
Treinamento de conscientização em segurança cibernética para todos os funcionários é o primeiro passo, pois a maioria das violações ocorre devido a erros humanos, como clicar em links de phishing ou compartilhar senhas. Além disso, garantir a conformidade com regulamentos como a LGPD é essencial, para que todos os processos de coleta, armazenamento e uso de dados estejam em conformidade.
 
Investir em tecnologias de segurança robustas também é imprescindível. Isso pode incluir firewalls, sistemas de detecção de intrusões, criptografia de dados e softwares antivírus atualizados. Além disso, medidas de gestão de acessos e privilégios são necessárias para que apenas as pessoas autorizadas tenham acesso a informações sensíveis.
 
Uma estratégia de resposta a incidentes também deve ser estabelecida. A ação envolve a criação de um plano detalhado de como a empresa responderá a uma violação, incluindo notificar as autoridades relevantes e os clientes afetados, além de tomar medidas para mitigar danos. Em última análise, prevenir violações de dados requer uma abordagem proativa que envolva a cultura de segurança da empresa, a tecnologia robusta e a capacitação dos funcionários.
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