Foto: jannoon028/Freepik A preservação segura dos dados dos clientes é um desafio constante no cenário empresarial cada vez mais digitalizado. A era da informação trouxe consigo benefícios significativos, mas também uma responsabilidade crescente na salvaguarda das informações pessoais e sensíveis dos consumidores. Nesse contexto, a preocupação com a preservação adequada desses dados tornou-se uma pauta crucial nas estratégias de negócios.
Os recentes avanços tecnológicos e regulamentações de proteção de dados, como o GDPR na Europa e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, reforçaram a necessidade imperativa de se adotar medidas rigorosas para garantir a integridade e a privacidade dos dados dos clientes. Entretanto, muitas corporações ainda se deparam com desafios ao implementar práticas eficazes de preservação de dados.
Um aspecto-chave para enfrentar essa questão reside na abordagem proativa por meio do
treinamento de compliance. Capacitar os colaboradores para compreender e seguir as políticas de proteção de dados é essencial para a criação de uma cultura de segurança cibernética. Esse tipo de capacitação não apenas promove a conscientização sobre a importância da preservação de dados, mas também habilita os funcionários a reconhecerem e responderem adequadamente a potenciais ameaças.
Além de treinamentos, a importância de outros mecanismos, como a transparência e a segurança, não pode ser subestimada. Isso porque, a transparência efetiva nas práticas de coleta, uso e armazenamento de dados estabelece um vínculo de confiança com os clientes, permitindo que eles compreendam como suas informações são tratadas. Já a segurança robusta, por sua vez, é um pilar vital para proteger as informações contra ameaças cibernéticas.
Investir em tecnologias avançadas de segurança e adotar políticas de privacidade claras não apenas reduz o risco de violações, mas também promove a reputação da empresa como uma guardiã dos dados dos clientes. Integrar esses mecanismos de forma abrangente e coordenada é fundamental para criar um ambiente em que a preservação desse material seja uma prioridade.
Transparência e conformidade devem andar juntas No início de 2023, a Cisco apresentou os resultados do seu Estudo Comparativo de Referência de Privacidade de Dados (
Data Privacy Benchmark Study). Os resultados revelaram que, apesar de um cenário econômico desafiador, as organizações continuam priorizando investimentos em privacidade, representado pelo aumento nesses gastos – de US$ 1,2 milhão há apenas três anos para US$ 2,7 milhões em 2023.
Em entrevista à imprensa, Harvey Jang, vice-presidente e diretor de Privacidade da Cisco, enfatizou que conformidade e transparência devem andar juntas quando se trata de construir confiança. Ele apontou que a transparência se destacou como a principal prioridade para os consumidores confiarem nas empresas (39%), enquanto as organizações pesquisadas consideraram a conformidade como a prioridade primordial para estabelecer a confiança do cliente (30%).
Segundo o estudo, 96% das organizações afirmam possuir processos para atender aos padrões éticos e responsáveis esperados pelos clientes em relação a soluções e serviços de IA.
Consequência da violação de dados para as empresas A violação de dados, que abrange qualquer acesso não autorizado ou divulgação de informações confidenciais, pode trazer uma série de consequências para as empresas. A perda de confiança por parte dos
stakeholders é uma delas, prejudicando a reputação da companhia. Isso foi evidenciado por uma pesquisa feita pelo Google com a Ipsos, indicando que a preocupação com dados está superando a fidelidade à marca.
A LGPD prevê multas e penalidades proporcionais à gravidade da violação. As multas podem chegar a até 2% do faturamento anual da empresa, além do bloqueio de uso de dados e indenizações. Com a repercussão negativa da violação, a notícia pode atingir a mídia e as redes sociais, afetando a imagem da corporação.
As violações podem levar à perda de informações sensíveis, como dados pessoais e financeiros. Isso interrompe operações, prejudicando a vantagem competitiva. Ações judiciais podem ser movidas por clientes, reguladores e partes interessadas, resultando em custos legais substanciais e compensações financeiras.
Outra consequência negativa é o roubo de propriedade intelectual, em que métodos, estratégias e informações desenvolvidas pela empresa são comprometidos, levando a riscos de plágio e uso indevido. Portanto, a preservação de dados se torna primordial para evitar esses cenários adversos.
O que fazer para evitar violações de dados Evitar um vazamento de dados deve ser prioridade para as empresas. Essa é uma forma de preservar as informações de seus clientes e manter sua reputação intacta. Para isso, é preciso adotar uma abordagem de segurança cibernética que englobe diversas medidas de proteção.
Treinamento de conscientização em segurança cibernética para todos os funcionários é o primeiro passo, pois a maioria das violações ocorre devido a erros humanos, como clicar em links de
phishing ou compartilhar senhas. Além disso, garantir a conformidade com regulamentos como a LGPD é essencial, para que todos os processos de coleta, armazenamento e uso de dados estejam em conformidade.
Investir em tecnologias de segurança robustas também é imprescindível. Isso pode incluir
firewalls, sistemas de detecção de intrusões, criptografia de dados e
softwares antivírus atualizados. Além disso, medidas de gestão de acessos e privilégios são necessárias para que apenas as pessoas autorizadas tenham acesso a informações sensíveis.
Uma estratégia de resposta a incidentes também deve ser estabelecida. A ação envolve a criação de um plano detalhado de como a empresa responderá a uma violação, incluindo notificar as autoridades relevantes e os clientes afetados, além de tomar medidas para mitigar danos. Em última análise, prevenir violações de dados requer uma abordagem proativa que envolva a cultura de segurança da empresa, a tecnologia robusta e a capacitação dos funcionários.