16/08/2023 às 22h27min - Atualizada em 16/08/2023 às 22h27min

Hacker diz à PF que Zambelli o pagou para invadir sistemas da Justiça

Walter Delgatti está preso desde o início de agosto por suspeita de tentar invadir as urnas eletrônicas. Ele disse que recebeu quase R$ 40 mil da deputada federal pelo serviço prestado.

Redação
Foto: Reprodução/Redes sociais – Delgatti Neto disse à PF que teria recebido até R$ 40 mil por serviço
O hacker Walter Delgatti Neto prestou depoimento à Polícia Federal, nesta quarta-feira (16), em Brasília – DF, e disse que foi pago pela deputada Carla Zambelli (PL) para invadir qualquer sistema do poder Judiciário. O depoimento teve três horas de duração, e segundo o advogado Ariovaldo Moreira, o investigado teria recebido por volta de R$ 40 mil pelo trabalho.
 
“Ele faz provas de que recebeu valores da Carla Zambelli. Segundo o Walter, o valor chega próximo a R$ 40 mil. Se não me falha a memória, foi próximo a R$ 14 mil em depósito bancário e o restante, em espécie. [Para] invadir qualquer sistema do Judiciário”, afirmou o jurista aos jornalistas após o depoimento. De acordo com ele, Delgatti apresentou provas “relacionadas a pagamentos que recebeu da deputada”.
 
O hacker está preso desde 2 de agosto, após ser alvo da operação da Polícia Federal que apura a suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Nesta quinta-feira (17), ele deverá prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
 
Delgatti Neto ficou conhecido por hackear trocas de mensagens do ex-juiz da Operação Lava-Jato Sérgio Moro, hoje senador, e do ex-procurador da República e deputado cassado Deltan Dallagnol. Essa é a terceira vez que ele é detido. Na operação de agosto, a PF também fez buscas em endereços ligados à deputada federal Carla Zambelli (PL). Ele havia falado aos investigadores que a bolsonarista pediu para que ele invadisse as urnas eletrônicas, além da conta de e-mail e telefone do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
 
O hacker também informou à Polícia Federal que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em agosto de 2022, por intermediação de Zambelli. Na ocasião, ele afirmou que o ex-chefe do Executivo questionou se era possível invadir o sistema de votação do TSE.
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