A saída dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos, cujo convênio foi extinto logo no início do governo Jair Bolsonaro, elevou a mortalidade infantil entre a população indígenas que retornou aos patamares anteriores à implantação do programa, lançado em julho de 2013.
Segundo reportagem da BBC Brasil, somente entre os meses de janeiro e setembro do ano passado, foram registradas as mortes de “530 bebês indígenas com até um ano de idade, alta de 12% em relação ao mesmo período de 2018”, contra 470 mortes por ano no período compreendido entre os anos de 2014 e 2018.
A reportagem observa, ainda, que especialistas e indigenistas aponta como uma outra causa do aumento da mortalidade infantil as mudanças na política de saúde indígena promovidas pelo atual governo, além do fim do convênio entre o Mais Médicos e os profissionais cubanos.
Ainda de acordo com a BBC, “logo no mês seguinte ao fim do convênio com Cuba, em janeiro de 2019, houve 77 mortes de bebês indígenas - o índice mais alto para um único mês desde pelo menos 2010. “Os 301 cubanos contratados pelo programa respondiam por 55,4% dos postos de médico na saúde indígena. Desde a saída do grupo, o governo repôs a maioria das vagas com médicos brasileiros, mas muitos líderes comunitários dizem que houve uma piora nos serviços”, destaca o texto.