03/05/2023 às 23h25min - Atualizada em 03/05/2023 às 23h25min

Rosa Weber vota por anulação de decreto que beneficiou Daniel Silveira

Indulto foi concedido por Jair Bolsonaro ao então deputado federal.

Redação
Agência Brasil
Foto: Plínio Xavier/Câmara dos Deputados
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, votou nesta quarta-feira (3) para anular o decreto de indulto concedido no ano passado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) a Daniel Silveira, à época deputado federal pelo PTB do Rio de Janeiro. 
 
Relatora dos processos que questionam o decreto, a ministra entendeu que o ato de Bolsonaro foi feito com desvio de finalidade. Para Weber, a medida revelou “faceta autoritária e descumpridora da Constituição”.
 
“O presidente da República editou decreto de indulto individual absolutamente desconectado do interesse público. A verdade é que o fim almejado com a edição do decreto de indulto foi beneficiar aliado político de primeira hora, legitimamente condenado pelo STF”, afirmou.
 
A presidente disse ainda que a Constituição não prevê poderes absolutos e que as decisões do STF não precisam ser confirmadas pelos demais poderes.
 
“Não há, sob a égide da Constituição, atos públicos insuscetíveis de controle. Todos os atos do Poder Público, independentemente de quem os edita ou prática, estão sujeitos à fiscalização e avaliação quanto à legalidade e constitucionalidade”, completou.
 
Após o voto da relatora, a sessão foi suspensa e será retomada nesta quinta-feira (4). Mais nove ministros devem votar.
 
Entenda
Em maio do ano passado, Bolsonaro assinou um decreto concedendo graça constitucional à pena de Daniel Silveira (PTB), apoiador do então presidente e integrante da sua base na Câmara dos Deputados.
 
O decreto foi editado em 21 de abril, um dia após o parlamentar ter sido condenado pelo Supremo a 8 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos poderes e coação no curso do processo que responde por ataques virtuais à Corte.
 
Após a publicação do decreto, partidos de oposição recorreram ao Supremo para restabelecer a condenação de Silveira. Segundo as legendas, a medida foi ilegal e para beneficiá-lo.
 
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp