24/02/2020 às 12h53min - Atualizada em 24/02/2020 às 12h53min

Militar que levou cocaína no avião presidencial de Bolsonaro pega seis anos de prisão na Espanha

Militar brasileiro da FAB, pego na Espanha com 39 quilos de cocaína no avião presidencial de Bolsonaro, fez acordo com Justiça daquele país e teve pena reduzida de oito para seis anos.

Manoel Silva Rodrigues, o sargento da Força Aérea brasileira membro da comitiva de Jair Bolsonaro (Sem Partido) preso no aeroporto de Sevilha com 39 quilos de cocaína aceitou cumprir uma pena de seis anos de prisão e pagar uma multa de dois milhões de euros.

De acordo com a agência Efe, o tribunal concluiu o processo que enviou para que a sentença seja lida, tendo o Ministério Público reduzido o pedido inicial de oito anos de prisão e uma multa de quatro milhões de euros, depois de o sargento brasileiro ter reconhecido as ilegalidades cometidas e ter-se mostrado “profundamente arrependido”.

A polícia espanhola deteve em 26 de junho último no aeroporto de Sevilha o militar brasileiro membro da comitiva à cimeira do G20, no Japão, de Jair Bolsonaro, depois de apreender 39 quilos de cocaína na sua bagagem.

O representante do Ministério Público salientou que considerou o arguido “sincero” e a defesa do militar concordou com a alteração da acusação e a correspondente redução da pena solicitada.

Quando foi à presença do juiz, o sargento admitiu que levava a cocaína na sua bagagem e que a droga lhe tinha sido entregue no Brasil.

“A pessoa que me entregou disse-me que o seu destino era a Suíça e que eu deveria introduzi-la na Europa”, explicou o arguido, acrescentando que tinha por missão ir a um centro comercial “por volta das três ou quatro horas da tarde”, no dia 25 de junho de 2019, para dar a cocaína a outro homem que não conhecia.

“Eu tinha de ir com roupa camuflada e uma camisa verde, e a outra pessoa iria identificar-me através de uma fotografia”, afirmou.

Segundo o militar, que também é alvo de um processo de expulsão por parte do Exército brasileiro, foi “a primeira e única vez na vida” que “fez de forma equivocada uma coisa dessas”. “Passava por dificuldades econômicas. Estou no Exército há 20 anos e nunca tive nenhum caso, mas um militar no Brasil não tem um bom salário. Sempre compro coisas nas minhas viagens, como telemóveis, e vendo-as para ganhar algo extra”, disse.

"Estou profundamente arrependido. Peço ao Estado e ao povo espanhol que me perdoem por trazer isso para o seu país", disse o militar, que concordou que "o castigo é justo" e que depois de cumprir a pena irá voltar ao seu país para estar com a família e tentar encontrar um novo emprego.


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