27/03/2023 às 17h01min - Atualizada em 27/03/2023 às 17h01min

Mercado de tatuagem cresce no Brasil

Pessoas de todas as idades, como empresários, aderem à arte para propagar criatividade e ousadia.

Redação
Foto: Pixabay
Longe do preconceito das últimas décadas, a tatuagem deixou o underground e ganhou o main stream.
 
Além de jovens irreverentes, músicos e artistas, pessoas de todas as idades aderiram às tatuagens como forma de expressão, seja para passar alguma mensagem, por admirar a arte ou por estética/estilo. Ou todos os fatores juntos.
 
Empresários como Renato Cariani, o superstar da “maromba”, Kelvyn Benites, CEO do grupo New Old, Flávio Mendonça, ex-ator e modelo (era um dos ‘gêmeos’) e hoje empreendedor no ramo imobiliário, Augusto Braga, também um empreendedor do ramo, Eslen Delanogare, neurocientista famoso no Youtube, as atrizes Cleo Pires e Marjorie Estiano e Victor Conceição, CEO da rede Barbearia Vip e VC Group, são alguns dos bem sucedidos brasileiros adeptos desta nova fase, com várias tatuagens no corpo.
 

Seis anos atrás, a visionária jornalista de moda e comportamento Glória Kalil já profetizava que os anos seguintes empresários não teriam vergonha de suas tatuagens, mas sim orgulho. Bingo. “Tenho 19 tatuagens e cada uma tem sua história”, explica Victor Conceição, CEO da maior rede de estética masculina da América Latina, com 50 unidades. A matriz da rede, em Florianópolis (SC), conta com um estúdio de tatuagem próprio.
 
O mercado de tatuagens está apresentando uma significativa crescente no cenário brasileiro. Isso é que afirma os dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), onde no Brasil, existem mais de 22 mil estúdios de tatuagem e colocação de piercing, sendo 21.093 estabelecimentos sob o formato de microempreendedor individual (MEI), 1.384 no modelo microempresa (ME) e 91 empresas de pequeno porte (EPP).
 
O mercado de tatuagem é um meio de jovens criativos fazerem carreira e “vencerem na vida”, como se dizia no passado. Uma alternativa às profissões tradicionais. Renan Stramosk é um deles. Revelação do mercado de tatuagem no sul do país nos últimos anos, aos 28 anos atua no estúdio Milk, também na capital catarinense.
 
Pai de família e trabalhador, com dois filhos, Renan saiu do interior – a cidadezinha chama-se Braço do Trombudo – para estudar matemática na Universidade Federal de Santa Catarina. De estagiário demitido em um cursinho, surgiu a oportunidade, em 2016, de fazer curso de desenho e, em seguida, de tatuagem, onde aperfeiçoou a técnica. Hoje colhe os frutos em uma promissora profissão. “Me encontrei. Esta é a minha profissão”, afirma.
 

De acordo com uma pesquisa divulgada pela IBIS World, a indústria global de tatuagem cresceu 23.2% em 2021, superando a porcentagem prevista para bens de consumo e serviços no ano passado. Nos Estados Unidos, país que figura na terceira posição no ranking dos mais tatuados, o setor movimenta cerca de US$ 1,4 bilhões de dólares por ano.
 
No Brasil, nono colocado entre as nações mais tatuadas, o setor superou o resultado global, com um crescimento anual de 25%, segundo o Sebrae. “Estamos vivendo um dos melhores momentos da indústria brasileira de tatuagem”, afirma o experiente tatuador Jorge Oliveira, que tem mais de 25 anos de experiência e uma lista de tatuados que inclui o jogador argentino Andrés D'alessandro.

Jorge afirma que a crise econômica provocada pela pandemia não teve impacto negativo no ramo de tattoos. Pelo contrário, atraiu mais pessoas para os estúdios. “Tem um novo público interessado em tatuagem, gente de todas as idades buscando registrar uma história ou a imagem de pessoas queridas na própria pele”, finaliza.
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