20/02/2020 às 16h50min - Atualizada em 20/02/2020 às 16h50min

Em alta no Brasil, conheça 6 doenças sexualmente transmissíveis em evidência e as formas para você se proteger

Carnaval também é tempo de informação sobre prevenção. Infectologista do Hospital Pitangueiras alerta para riscos de Doenças Sexualmente transmissíveis (DSTs).

Diariamente 1 milhão de casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) curáveis entre pessoas de 15 a 49 ano são registrados no mundo, conforme dado da Organização Mundial da Saúde (OMS). E, conforme dados apontados pelo Ministério da Saúde do Brasil, as DSTs estão em alta no país, com a sífilis sendo apontada como o caso mais grave, com nada menos do que 158 mil registros da doença em 2018,apontando para uma taxa de 75,8 casos para cada 100 mil habitantes.

Outra situação que chamou a atenção do Ministério foi o aumento do caso das hepatites virais, extremamente agressiva, uma vez que há muitos registros de evolução da doença para cirrose e câncer de fígado, o que em alguns casos pode levar a óbito. De acordo com o infectologista do hospital Pitangueiras, Danilo Fernando Costa Duarte, muitas das DSTs são assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas, o que torna tudo mais perigoso. Mas ele faz um alerta importante: todas podem ser evitadas com medidas básicas de prevenção.

De acordo com Danilo , esse é um momento bastante oportuno para lembrar das DSTs. “As campanhas estão intensificadas devido ao carnaval. Elas buscam alertar um número expressivo de pessoas para que se previnam. No país, estima-se algo em torno 112 mil brasileiros sejam portadores de HIV mas ainda não saibam. Outros 260 mil convivem com a doença mas ainda não se tratam, o que naturalmente eleva o risco de contaminação”, lembra o médico.

Abaixo o infectologista listou as principais DSTs e as formas de prevenção:

HIV/Aids

Ainda que seja considerada estabilizada no Brasil, a Aids vem mostrando avanço entre a população mais jovem. Em 10 anos, a transmissão entre na faixa etária entre 15 e 19 anos dobrou, elevando o número de casos de 2,8 por 100 mil habitantes para 5,8. A elevação também foi sentida entre 20 e 24 anos, alcançando 21,8 casos para cada 100 mil habitantes. "Apesar das campanhas e da ampliação da informação a partir dos meios digitais, ainda não podemos baixar a guardar no esforço de fazer com que a doença chegue ao conhecimento das pessoas", aponta o médico.

Se uma pessoa teve uma relação sexual desprotegida em que suspeite de risco para o HIV, ela deve procurar um serviço de saúde até no máximo 72 horas após a relação. Ou seja, se a camisinha rompeu ou deixou de ser usada, a pessoa pode buscar o atendimento na emergência e o serviço é gratuito. "Quanto mais cedo se inicia o tratamento dentro dessas 72 horas, maiores suas chances de eficácia", diz o infectologista.

Sífilis

O Ministério da Saúde aponta aumento de quase 200% em casos de sífilis congênita nos últimos dois anos. A doença se manifesta em três estágios e tem maior probabilidade de ser infecciosa nos dois primeiros, que pode ser sentido até 40 dias após o contágio.

É transmitida por relação sexual ou da gestante para o bebê. Os sintomas são feridas na região genital (na fase primária) e manchas no corpo que sugerem uma alergia (na fase secundária). O tratamento, quando feito na rede pública, é gratuito, e se dá com a administração de antibióticos. "Um dos grandes equívocos que as pessoas comentem é que confundem a ausência de sintomas com a cura da doença. Não é bem assim. Pessoas ativas sexualmente devem fazer testes para sífilis, independentemente dos sintomas", explica Danilo.

HPV

Com mais de 200 variações registradas, o Papilomavírus Humano, conhecido como HPV, se apresenta por meios de formações verrugosas em locais como pênis, vulva, vagina, ânus, colo do útero, boca ou garganta. O sexo é a principal forma de transmissão.

A maior preocupação das autoridades de saúde público com o HPV é a possibilidade de alguns tipos do vírus causarem câncer, principalmente no colo do útero e no ânus, mas também na boca e na garganta, que vêm aumentando entre os jovens.

O vírus pode ficar latente por períodos prolongados sem que haja sintomas, e é difícil erradicar a infecção por completo. "As mulheres em idade reprodutiva devem fazer exames preventivos anuais no colo do útero para acompanhar eventuais lesões que precedem o câncer e que, diagnosticadas, podem ser tratadas com alta taxa de sucesso", aponta o infectologista.

Gonorreia

Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, infecta sobretudo a uretra. Pode causar dor ou ardor ao urinar e também, o mais comum, corrimento na região genital. Em homens, dor nos testículos. Já as mulheres com gonorreia simplesmente não apresentam sintomas. O tratamento é feito com antibiótico e deve ser estendido ao parceiro, mesmo que este não tenha sintomas.

Herpes genital

Pequenas bolhas e lesões dolorosas na região genital masculina e feminina. Assim se manifesta a herpes genital. Também transmitido pela relação sexual, as feridas provenientes da herpes podem acompanhar ardor, coceira, dor ao urinar e até febre. Em casos de baixa imunidade os sintomas podem voltar ou se prolongar. Não tem cura e o preservativo é a única forma de prevenção à herpes genital. Os portadores do vírus devem ter cuidado redobrado para não transmiti-lo, o que ocorre principalmente quando as feridas estão presentes.

Hepatite B ou C

Considerada também uma doença assintomática,a hepatite mais comuns no país são as dos vírus A, B ou C. A do tipo B é transmitida sexualmente, além de transfusão de sangue e compartilhamento de seringas ou outros materiais. De acordo com o Ministério da Saúde, milhões de brasileiros são portadores dos vírus B ou C e não sabem. Correm, assim, o risco de desenvolver a doença crônica e ter graves danos ao fígado, como cirrose e câncer. A vacina contra a hepatite B é gratuita e disponível na rede pública. O diagnóstico é feito por meio de exame de sangue e o tratamento pode combinar uma série de medicamentos. Já para a hepatite do tipo C, não há vacina.


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