24/03/2023 às 09h50min - Atualizada em 24/03/2023 às 09h50min

Trabalhadores no Lollapalooza estavam em trabalho análogo à condição de escravo, segundo fiscalização

O Lollapalooza já teve casos de trabalho análogos à escravidão em outras edições, como em 2019.

Redação
Uma fiscalização realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nas instalações do Lollapalooza, festival de música que acontece entre sexta-feira (24) e domingo (26) em São Paulo, resgatou trabalhadores em condições degradantes.
 
Cinco homens que trabalhavam para uma prestadora de serviços do festival disseram aos auditores fiscais do trabalho que estavam dormindo entre fardos de bebidas, sobre pallets e colchonetes, em tendas montadas dentro do complexo do Lollapalooza no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital paulista. A vigília seria necessária para garantir a segurança da mercadoria.
 
Segundo o MTE, esses trabalhadores não estavam registrados – durante a fiscalização, um representante da prestadora de serviços apresentou os contratos, mas disse que eles ainda não estavam lançados no sistema do e-Social.
 
Parte dos resgatados começou a trabalhar no dia 16, outra no dia 17. Desde então, segundo disseram à fiscalização, eles não puderam voltar para casa e tomavam banho em uma casa, que seria responsável pela distribuição das bebidas que seriam vendidas nos três dias de festival.
 
Pelas condições consideradas degradantes e pelas dificuldades impostas para que os trabalhadores voltassem para casa diariamente, a fiscalização considerou que havia situação de trabalho análogo ao escravo. Eles disseram à fiscalização que ouviram dos empregados que, se voltassem para casa, não precisariam voltar ao trabalho, pois seriam substituídos.
 
Os homens também afirmaram que a jornada de trabalho era de cerca de 12 horas diárias. Eles receberiam R$ 130 por dia de trabalho e seguiriam trabalhando durante a desmontagem do evento, até o dia 29.
 
O Lollapalooza já teve casos de trabalho análogos à escravidão em outras edições, como em 2019, quando pessoas em vulnerabilidade social foram contratadas para montar e desmontar estruturas do evento por R$ 50, em turnos de 12 horas.
 
Denúncias sobre trabalho análogo à condição de escravo pode sem feitas pelo site: https://ipe.sit.trabalho.gov.br/
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