21/03/2023 às 10h02min - Atualizada em 21/03/2023 às 10h02min

Governo Bolsonaro descartou 1 milhão de canetas de insulina

Medicamentos para pacientes com diabetes foram avaliados em R$ 15 milhões; eles foram incinerados após perda do prazo de validade.

Redação
Jornal Folha de S. Paulo
Foto: Canetas de Insulina/Reprodução
O governo de Jair Bolsonaro (PL) descartou 999,7 mil canetas de insulina de ação rápida, segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.
 
As canetas de insulina, usadas por pacientes diabéticos e avaliadas em quase R$ 15 milhões, perderam a validade de setembro de 2020 a junho de 2021, cujos lotes faziam parte de uma compra total de 4 milhões de tubetes realizada em 2018 pelo Ministério da Saúde.
 
Ainda de acordo com o jornal, entre 900 mil a 1,4 milhão de canetas de insulina análoga e de ação rápida podem ir para o lixo devido aos trâmites burocráticos que dificultam o acesso de pacientes ao medicamento fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
 
Para receber as doses de insulina análoga de ação rápida, o paciente precisava ser atendido por um endocrinologista. Esse médico teria de preencher um extenso relatório que às vezes pode chegar a até seis folhas. Associações médicas e de pacientes chegaram a alertar o Ministério da Saúde, antes do fim da validade, que havia excesso de burocracia para ter acesso ao produto, afirma a matéria publicada.
 
Estoques perdidos
Durante o governo Bolsonaro, o Ministério da Saúde também incinerou outros tipos de insulina, além de bomba de infusão e agulhas usadas na caneta. Essas perdas, porém, foram em quantidades menores, avaliadas em R$ 13 mil. Apenas a incineração das canetas de insulina vencidas custou R$ 64 mil.
 
Segundo o jornal, os dados sobre o estoque perdido da Saúde, que deixaram de ser sigilosos, ainda mostram que foram descartados 39 milhões de imunizantes contra a Covid-19, avaliados em R$ 2 bilhões. Outras vacinas também foram destruídas pela perda de validade, que totalizaram 7,4 milhões de frascos provocando um prejuízo de R$ 128 milhões.
 
Também foram descartadas pelo menos 12 tipos de terapias de alto custo para doenças raras, que somaram R$ 13 milhões em prejuízos para os cofres públicos, além de remédios para pessoas vivendo com HIV/Aids, entre outros produtos.
 
O total do prejuízo com relação aos produtos perdidos soma R$ 2,2 bilhões.
 
Em nota, a atual gestão da Saúde disse que o cenário de perda de vacinas, medicamentos e outros insumos” reflete o descaso do governo anterior, que negou à equipe de transição informações sobre estoques e validade desses produtos.”
 
O MS afirmou também que “trabalha para adequar estoques e melhorar a distribuição dos produtos” e que há também “a busca de uma solução pactuada com os conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde com o objetivo de evitar novos desperdícios”.
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