19/02/2020 às 18h17min - Atualizada em 19/02/2020 às 18h17min

Sócio da Yacows diz que empresa fez disparos em massa para Bolsonaro, Haddad e Meirelles

Lindolfo Alves Neto prestou nesta quarta-feira depoimento à CPMI das Fake News.

O sócio-proprietário da Yacows, empresa de marketing digital citada no caso de disparos de mensagens em massa na campanha eleitoral de 2018, Lindolfo Antônio Alves Neto, afirmou nesta quarta-feira (19) que prestou serviços para as campanhas de Jair Bolsonaro (Sem Partido), de Fernando Haddad (PT) e Henrique Meirelles (MDB).

A declaração foi feita durante depoimento à CPMI das Fake News, que investiga a disseminação de informações falsas na internet.

Alves Neto afirmou que o pacote contratado pela campanha de Bolsonaro custou R$ 1.680 e permitia 20 mil disparos de mensagens, mas que elas foram enviadas para 900 destinatários. Ele não explicou porque foram disparadas menos mensagens que as contratadas.

Segundo Alves Neto, no caso de Haddad o serviço de disparo de mensagens não foi contratado pela campanha do petista mas por uma agência que ele disse crer que trabalhava para a campanha.

O empresário afirmou que a Yacows não faz campanha eleitoral e não trabalhou na construção do conteúdo a ser disparado. Segundo Alves Neto, tanto o conteúdo das mensagens quanto os destinatários que as receberiam foram disponibilizados pelas campanhas dos candidatos.

Sobre a campanha de Meirelles, Alves Neto afirmou que o contrato foi de R$ 2 milhões e que o pacote previa entre 10 e 15 milhões de disparos.

O sócio-proprietário da Yacows se recusou a jurar dizer a verdade. O entendimento de sua defesa foi o de que ele é também investigado pela CPMI, o que não o obriga a dizer a verdade, dado que todo cidadão tem o direito de não produzir prova contra si mesmo.

O presidente da comissão, senador Angelo Coronel (PSD), tentou demovê-lo da ideia afirmando que Alves Neto poderia permanecer calado sobre os assuntos que julgasse atentarem contra sua defesa, mas a posição foi mantida.

Um ex-funcionário da Yacows, Hans River do Nascimento, está sendo acusado de mentir durante o depoimento dado à CPMI das Fake News.

A relatora da CPMI, deputada Lídice da Mata (PSB), apresentou representação para que Rivers seja investigado. Comissões Parlamentares de Inquérito têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e podem tomar medidas legais em caso de quebra de juramento.


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