19/02/2020 às 15h38min - Atualizada em 19/02/2020 às 15h38min

Namorado é suspeito de matar boliviana no centro de São Paulo

Em dezembro, vítima havia escapado de tentativa de feminicídio cometida pelo então marido, que foi preso. Novo companheiro é procurado pela polícia.

Foto: Reprodução/Facebook

A polícia investiga o assassinato de uma cabeleireira boliviana no Brás, região central da cidade de São Paulo - SP. O corpo de Kimberly Cababa Ordonez, de 23 anos, foi encontrado por um amigo da vítima dentro do apartamento em que ela morava com as duas filhas. O principal suspeito do crime é o atual companheiro da vítima.

A polícia foi acionada por volta das 14h do sábado (15) após um amigo da vítima, Luís Antônio Mazueto Hurtado, ir até a residência de Kimberly em busca de informações após o seu sumiço repentino. Chegando ao apartamento ele e mais outras pessoas arrombaram a porta e se depararam com a vítima no quarto, morta a facadas.

Luís relata que conheceu a vítima há sete meses por intermédio de sua namorada, que é amiga de Kimberly. Segundo o amigo, em dezembro do ano passado, a cabeleireira foi vítima de tentativa de feminicídio cometida pelo, até então, marido Santo Ismael Rodrigues Zacharias.

Santo foi preso em flagrante. Após a prisão, Kimberly começou a namorar o suspeito. Duas semanas atrás, vítima e as filhas foram morar no imóvel onde tudo aconteceu.

Na noite de sexta-feira (14) começou a ser divulgado nas redes sociais, particularmente numa página da comunidade Boliviana, uma foto de duas meninas que foram encontradas sozinhas no Parque da Água Branca. Luís reconheceu como sendo as filhas de Kimberly. Estranhando a situação, ele tentou ligar para a vítima. Sem sucesso, resolveu procurá-la em sua residência.

Kimberly foi encontrada já sem vida numa cama beliche, com cobertores por cima e bastante ensanguentada. A perícia constatou que a vítima estava morta há aproximadamente 26 horas e já apresentava sinais de putrefação.

No local ainda foram encontradas três latas de cerveja vazias, um cigarro já queimado aparentando ser maconha e uma faca de cozinha com cabo de plástico amarelo que, aparentemente, foi limpa, já que apresentava algumas manchas de sangue. Kimberly vestia um macaquinho rosa, rasgado na parte inferior e não usava roupa íntima.

De acordo com a polícia, as marcas das facadas estavam na região do pescoço, pulso direito, dorso do pé esquerdo e no peito. Havia também ferimentos na mão, sinalizando que a jovem tentou se defender antes de ser morta.

A última vez que o amigo da vítima manteve contato com o casal de namorados e as crianças foi na quinta-feira (13), por volta das 21h. Ele entrou em contato com o suspeito e este disse que tinha saído para dançar com Kimberly e que ela havia deixado as crianças com uma amiga. De acordo com Luís, o suspeito afirmou que a vítima estava bebendo e que costumava deixar as filhas com qualquer pessoa. O namorado não deixou que Luís falasse com a jovem.

Um boletim de ocorrência foi registrado no 31º DP (Carrão) e o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

A polícia checou se o ex-marido de Kimberly permanecia preso e confirmou que ele não tinha saído da unidade prisional, portanto, estava fora de suspeita. Já o atual namorado, suspeito, não foi mais localizado. Foram requisitados exames necroscópico, toxicológico, subungueal e sexológico na vítima. Há suspeitas de que ela tenha sofrido violência sexual.

Além disso, foi também pedido um exame para verificar se a jovem estava grávida. De acordo com a advogada da família, Patrícia Vega, o depoimento das meninas vai ser crucial nas investigações. A mãe da vítima está no Brasil para fazer a liberação do corpo, que permanece no Instituto Médico Legal (IML) Leste, e a previsão é que a cabeleireira seja sepultada na Bolívia.


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