02/02/2023 às 02h32min - Atualizada em 02/02/2023 às 02h32min

Dívida da Americanas é de R$ 47,9 bilhões, dizem administradores judiciais

A informação consta da primeira prestação de contas que os dois administradores judiciais da Americanas protocolaram na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro – RJ.

Redação
Foto: Divulgação
A dívida da Americanas é de R$ 47,9 bilhões e não de R$ 41,2 bilhões, como a empresa divulgou na semana passada quando apresentou à Justiça sua lista de 7,9 mil credores.
 
A informação consta da primeira prestação de contas que os dois administradores judiciais da Americanas protocolaram na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro – RJ.
 
Ao verificar que “o somatório dos valores listados (pela empresa em sua relação de credores) atinge a quantia de R$ 47.904.922.603,58”, os escritórios Zveiter e Bruno Rezende pediram um esclarecimento à Americanas sobre essa diferença de R$ 6,6 bilhões.
 
A empresa justificou assim a discrepância:
“A diferença na relação de credores se refere ao valor total das debêntures nas quais a Americanas é devedora das também recuperandas JSM Global S.À.R.L e B2W Digital Lux. As debêntures foram emitidas intragrupo apenas para criar um canal de transferência de recursos da Americanas para as recuperandas estrangeiras, visando ao pagamento dos bonds. Ao considerar o endividamento consolidado das recuperandas, esse valor deve ser expurgado, sob pena de duplicidade. Há apenas uma dívida, decorrente da emissão dos bonds, e um canal intragrupo para remessa de recursos para o pagamento daquela dívida”.
 
No documento enviado à Justiça, os dois administradores judiciais afirmam que a “análise e pertinência (da justificativa da Americanas) deverá ser aferida em momento processual oportuno”.
 
Caso
A Americanas viu suas ações derreterem no mercado acionário e enfrenta uma série de processos de investigação após o escândalo contábil reportado pela companhia no mês passado, quando descobriu “inconsistências em lançamentos contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões.
 
A notícia deixou o mercado em polvorosa e fez com que o então presidente da companhia, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, deixassem a empresa menos de 10 dias após serem empossados.
 
A empresa entrou com pedido de recuperação judicial, que foi aceito no mesmo dia pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. A empresa está, agora, no chamado “prazo de blindagem”, um período de 180 dias no qual todas as suas dívidas ficam suspensas.
 
Os credores, no entanto, continuam defendendo seus casos na Justiça. O BTG Pactual, por exemplo, um dos mais expostos à dívida da Americanas, segue na briga para reter R$ 1,2 bilhão do caixa da empresa.
 
Nessa quarta-feira (1º), a empresa informou ao mercado que avalia pedir R$ 1 bilhão em financiamento para manter o caixa e honrar o pagamento de dívidas.

De acordo com o comunicado, divulgado pela varejista junto à Comissão de Valores mobiliários (CVM), a decisão ainda está em estudo pelos acionistas de referência da Americanas – os três sócios bilionários da 3G Capital Partners: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Alberto Sicupira.
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