30/01/2023 às 10h21min - Atualizada em 30/01/2023 às 10h21min

No governo Bolsonaro, famílias pobres foram enganadas e pagaram para receber cisternas

Enganados, moradores disseram que precisaram pedir dinheiro emprestado para bancar parte da construção das cisternas.

Redação
Jornal Folha de S. Paulo
Famílias pobres que vivem em comunidades isoladas no semiárido mineiro tiveram de pagar para serem beneficiadas pelo Programa de Cisternas do governo federal, cujo orçamento já incluía todas as despesas relacionadas, informa o jornal Folha de S. Paulo.
 
O contrato, de R$ 15 milhões, previa a instalação de 3.012 cisternas em cinco municípios contemplados por um convênio firmado entre o Consórcio Inframinas, que reúne prefeituras da região, e o então Ministério da Cidadania, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
 
A partir do convênio, uma entidade privada sem fins lucrativos com sede em Alagoas, a Central das Associações de Agricultura Familiar (Ceapa), foi contratada para executar as obras. O convênio, porém, não previa contrapartida das famílias beneficiárias, uma vez que elas vivem em situação de vulnerabilidade social.
 
Enganados, os moradores disseram à reportagem que precisaram pedir dinheiro emprestado para bancar parte da construção das cisternas – tecnologia social que armazena água da chuva para consumo.
 
Algumas desistiram de participar do programa por causa da dificuldade financeira.
 
Após questionamento da reportagem na última semana, o ministério, rebatizado de Integração e Desenvolvimento Regional com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 1º, informou que, diante da gravidade do caso, iria suspender a entidade responsável pela cobrança.
 
A direção da Ceapa disse à Folha que cobrou a contrapartida dos moradores porque considerou inicialmente que as prefeituras iriam arcar com parte dos custos das obras. Como não houve essa contribuição, disse, se viu obrigada a pedir a participação dos beneficiários.
 
Após questionamentos, afirmou que passou a ressarcir os beneficiários.
 
Entre os moradores que tiveram que assumir os custos está o casal Eva Pereira Silva, 54, e Antônio Aguimar da Silva, 60, de Vertente, uma das comunidades isoladas de Coração de Jesus – MG (a 450 km de Belo Horizonte – MG), município contemplado pelo convênio.
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