12/01/2023 às 20h19min - Atualizada em 12/01/2023 às 20h19min

Prefeitura de Belo Horizonte – MG faz balanço e apresenta estratégias para o combate ao Aedes aegypti

O destaque é a intensificação da utilização do método Wolbachia e o uso de tecnologias para driblar barreiras na prevenção da proliferação das doenças causadas pelo mosquito: dengue, Chikungunya e zika.

Redação
Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte - MG
Foto: Amira Hissa/Prefeitura de Belo Horizonte - MG
A Prefeitura de Belo Horizonte – MG apresentou nesta quinta-feira (12) um balanço das ações de combate ao Aedes aegypti e as estratégias de enfrentamento adotadas para este ano. O destaque é a intensificação da utilização do método Wolbachia e o uso de tecnologias para driblar barreiras na prevenção da proliferação das doenças causadas pelo mosquito: dengue, Chikungunya e zika.
 
Belo Horizonte utiliza nos mosquitos um microrganismo intracelular que não pode ser transmitido para humanos ou animais. O método Wolbachia é natural, não coloca os ecossistemas em risco e é autossustentável. Nem os insetos nem a bactéria sofrem qualquer modificação genética. O projeto é uma parceria da PBH com PBH com a Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto de Pesquisas Renê Rachou (Fiocruz-Minas) e o World Mosquito Program (WMP) – iniciativa sem fins lucrativos que é mundialmente responsável pelo Método Wolbachia. O projeto também tem apoio do Ministério da Saúde.
 
Além disso, a Prefeitura ainda destinou recursos e local para o funcionamento do Insetário, laboratório onde a Wolbachia é inserida no mosquito Aedes aegypti. Para a construção da estrutura foram investidos mais de R$ 680 mil em recursos próprios do município.
 
O prefeito Fuad Noman (PSD) comemorou as medidas que vêm sendo adotadas. “A Prefeitura está muito orgulhosa de ter este trabalho, porque é uma evolução tecnológica muito grande que com certeza vai, a longo prazo, minimizar e reduzir a quase zero a ocorrência de dengue, chikungunya e zika em Belo Horizonte”, afirmou.
 
A secretária municipal de Saúde, Cláudia Navarro, enfatizou que o enfrentamento das doenças é feito em três frentes: a prevenção, a educação e a assistência à saúde. “A atuação da Prefeitura na prevenção ocorre durante todo o ano. Além disso, temos ações educacionais que levam informações sobre a doença a toda a população”, afirmou.
 
O subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde, Fabiano Pimenta, explicou que por conta da eficiente estratégia da Prefeitura, Belo Horizonte apresenta dados bem melhores do que o restante do país. “Temos em Belo Horizonte o Projeto Wolbachia, que talvez seja, hoje, no mundo, a principal estratégia complementar para o combate ao mosquito, baseada em evidência científica e incorporação de tecnologia”, destacou.
 
Confira as estratégias adotadas pela Prefeitura de Belo Horizonte no combate ao mosquito
 
Soltura de mosquitos
Os mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia produzidos no Insetário com a tecnologia e toda orientação técnica e controle de qualidade do WMP/Fiocruz-Minas começaram a ser liberados em 2020, em bairros das regionais Venda Nova, Nordeste e Leste. A escolha dos locais se deu após análise de dados de infestação por Aedes aegypti e incidência de doenças causadas pelo mosquito.
 
As liberações dos insetos continuaram a ser realizadas ao longo de 2021, em uma segunda etapa, como parte de um estudo clínico randomizado RCT, conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais e apoiado pela Universidade de Emory, dos Estados Unidos.
 
Em outubro do ano passado, teve início a terceira etapa do Projeto Wolbachia, com expansão da soltura para as outras seis regionais da cidade – em bairros que não participaram do estudo randômico. As solturas ainda estão em andamento. De outubro a dezembro de 2022, aproximadamente 5 milhões de mosquitos foram liberados nas regionais Barreiro, Centro-Sul, Oeste, Noroeste, Norte e Pampulha.
 
A Wolbachia
Mosquitos que carregam a Wolbachia têm a capacidade reduzida de transmitir os vírus para as pessoas, diminuindo o risco de surtos de dengue, zika, chikungunya.
 
Uma vez que a bactéria é introduzida no Aedes aegypti, eles são liberados no ambiente e se reproduzem com os “mosquitos de campo” ajudando a criar uma nova geração que carrega a bactéria.
 
Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações.
 
A expectativa é que entre 16 e 20 semanas, após a soltura, a quantidade de mosquitos com Wolbachia seja maior que a de insetos sem a bactéria.
 
Os mosquitos são coletados periodicamente e são enviados para triagem e análise nos laboratórios da Fiocruz, onde são avaliados se estão com Wolbachia.
 
Mais ações
Durante todo o ano, a Secretaria Municipal de Saúde mantém as ações de combate ao Aedes aegypti e a vigilância epidemiológica da dengue, chikungunya e zika. O trabalho de campo dos Agentes de Combate a Endemias (ACE) segue uma programação de vistorias nas quais um mesmo imóvel é visitado, em média, a cada dois meses e meio. Eles vistoriam os imóveis e reforçam junto à população as orientações sobre os riscos do acúmulo de água e que podem se tornar potenciais criadouros do mosquito, além de orientar sobre como eliminar os focos e, se necessário, fazer a aplicação de biolarvicidas. Em 2022, foram realizadas cerca de 4 milhões de vistorias.
 
A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) também realiza a aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos em áreas com casos suspeitos de transmissão local. Em 2022 foram realizadas ações com uso UBV em cerca de 23 mil imóveis da capital. A aplicação é realizada com equipamentos especiais e o trabalho ocorre, de preferência, pela manhã ou no final da tarde.
 
A identificação de focos também é feita com o uso de drones. As imagens permitem a identificação de possíveis focos em locais de difícil acesso para as equipes de Agentes de Combate a Endemias. Os drones também são utilizados para a aplicação de larvicida diretamente nos locais de risco, quando estes são de difícil acesso. Até o momento, foram realizados 143 sobrevoos com a identificação de quase 17 mil prováveis focos em potencial nas nove regionais.
 
LIRAa
O LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegytpi) é uma metodologia que, por amostragem e com a coleta de larvas em visitas realizadas pelos agentes de campo, permite a identificação dos principais criadouros do vetor, além do nível de infestação. No último levantamento, consolidado em outubro de 2022, 83,3% dos focos do mosquito encontrados estavam em ambiente domiciliar.
 
Os cinco principais focos encontrados foram em pratinhos de plantas (26,5%), inservíveis (19,2%), recipientes domésticos (10,2%), barris/tambores (7,5%) e pneus (6,3%).
 
Os agentes também atendem a denúncias.  Caso o morador identifique nas redondezas algum imóvel com possíveis focos do mosquito, os pedidos de vistoria podem ser feitos pelo telefone 156 e pelo PBH App. Em 2022 foram mais de 800 pedidos de vistorias.
 
Além disso, as equipes fazem monitoramento quinzenal de pontos estratégicos, locais com maior risco de infestação pelo vetor, a exemplo de ferros-velhos, borracharias, floriculturas etc, com identificação de focos e aplicação de larvicidas e/ou adulticidas para evitar a proliferação.
 
Monitoramento
Outra ação continuada da Prefeitura é o monitoramento do Aedes aegypti, por meio de cerca de 1.800 armadilhas para colocação de ovos (ovitrampas), que são instaladas quinzenalmente e recolhidas após sete dias com cobertura em toda a cidade. O acompanhamento permanente desses resultados permite identificar os locais com maior número de ovos do vetor e, indiretamente, maior número de mosquitos adultos. Além disso, auxilia no direcionamento das ações de intensificação, a exemplo dos mutirões de limpeza, em parceria com a SLU. Também há a avaliação mais detalhada da região com o uso de drones e as ações educativas, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, e a intensificação das inspeções por parte da fiscalização integrada e da vigilância sanitária.
 
Em 2022 foram 85 sobrevoos de drones e mais de 93 mil imóveis verificados.
 
Casos
Em 2022, em Belo Horizonte, foram confirmados 1.214 casos de dengue e 1 óbito pela doença.  Já em Minas Gerais, foram confirmados 71 mil casos da dengue e 66 óbitos. No Brasil foram mais de 1,4 milhões de casos confirmados da doença e 978 óbitos.
 
Dengue
Ano Casos confirmados Óbitos
2022 1.214 1
2021 1.072 0
2020 5.082 1
2019 116.266 41
2018 516 0
 
Chikungunya
Ano Casos confirmados  Óbitos
2022 106 0
2021 52 0
2020 45 0
2019 80 0
2018 42 0
 
Zika 
Ano Casos confirmados  Óbitos
2022 0 0
2021 0 0
2020 0 0
2019 4 0
2018 7 0
 
Febre Amarela 
Ano Casos confirmados  Óbitos
2022 0 0
2021 0 0
2020 0 0
2019 0 0
2018 15 4

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