05/12/2022 às 10h20min - Atualizada em 05/12/2022 às 10h20min

Número de milionários bateu recorde sob Bolsonaro

Os números revelam o que especialistas já vinham apontando: Bolsonaro deixará um legado de mais desigualdade social.

Redação
Jornal Folha de S. Paulo
Além dos recordes de pobreza, o governo Jair Bolsonaro (PL) produziu, em apenas três anos, um número impressionante de milionários – muito mais do que nos governos Lula e Dilma Rousseff, a informação é do jornal Folha de S. Paulo
 
Os números revelam o que especialistas já vinham apontando: Bolsonaro deixará um legado de mais desigualdade social.
 
De janeiro de 2019 a dezembro de 2021, o país registrou 2,1 milhões de pessoas com rendimentos anuais acima de R$ 1 milhão -1% da população.
 
No período, 562 mil brasileiros entraram para esse clube, enquanto 62,5 milhões mergulharam na pobreza -29,4% da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 
Entre 2003 e 2014 – período que compreende os dois mandatos de Lula e o primeiro de Dilma – os brasileiros com mais de R$ 1 milhão em rendimentos passaram de 18,5 mil para 29,8 mil, concentrando-se em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Esse contingente representava 0,1% da população à época.
 
O aumento da riqueza entre os muito ricos começou a ganhar tração a partir do impeachment da ex-presidente Dilma (PT), em 2016. Tanto o ex-presidente Michel Temer (MDB), que a sucedeu, quanto Bolsonaro conduziram políticas pró mercado.
 
Entre 2019 e 2021, RR e RO foram os estados que mais contabilizaram novos endinheirados -1.588 e 10.147, respectivamente. Registraram as maiores taxas de crescimento -67% e 63%.
 
Na sequência, as maiores altas foram em Tocantins (59%), Mato Grosso e Santa Catarina (55%), Pará (51,5%), Goiás e Maranhão (48,5%).
 
Apesar do crescimento de milionários pelo interior do país, a maior concentração continua em São Paulo (780.619), Rio de Janeiro (226.254), Minas Gerais (189.785), Rio Grande do Sul (161.858), Paraná (156.870) e Santa Catarina (103.378) -78% do total.
 
Analistas de mercado apontam que esse crescimento está atrelado à expansão da fronteira agrícola no país, que interiorizou a fortuna relacionada a esse setor. Esse movimento permitiu às marcas de luxo diversificar suas vendas, antes concentradas no eixo Rio-São Paulo.
 
Cientistas políticos consideram que a nova geografia da riqueza, concentrada em locais do agronegócio, ajuda a explicar o fortalecimento do conservadorismo nesses estados, que culminou na preferência por Bolsonaro nas eleições deste ano – com exceção do Maranhão, que preferiu o presidente eleito, Lula.
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp