17/11/2022 às 23h19min - Atualizada em 17/11/2022 às 23h19min

O que esperar da COP 27 para a indústria automobilística

Na última edição da Conferência, países, empresas e organizações assinaram acordos para pôr fim aos carros à combustão.

Redação
Foto: Pixabay
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP 27) já iniciou de forma diferente para o Brasil. Se na edição anterior o país participou de forma mansa, sem muito propor e não assinando, nem mesmo, a carta de compromisso para o fim dos carros à combustão, este ano teremos dois grupos de representantes: o do presidente eleito e o da atual gestão.
 
Porém, muitos ainda questionam se o país conseguirá aproveitar todas as oportunidades que poderão surgir para o setor automobilístico. Para Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa que apresenta soluções para a eletromobilidade, o avanço do setor pode ser uma surpresa para ambas as delegações.
 
“Quando observamos os resultados da COP 26, quando tratamos da mobilidade elétrica, lembramos da recente aprovação do Parlamento Europeu em relação ao fim dos carros movidos a combustíveis fósseis. Esse foi um grande passo para o mundo, que teve como semente, o evento das nações unidas no ano de 2021”, destaca o executivo.
 
Dentre os destaques do evento deste ano, está o plano de compensação para os países em desenvolvimento, apresentado pelos Estados Unidos. O enviado climático do país, John Kerry, anunciou uma iniciativa global de créditos de carbono para países que realizarem a transição para formas mistas de energia. Porém, ao mesmo tempo, ambientalistas se preocupam com o aumento de de promotores de energias fósseis na edição deste ano. Segundo essas organizações, que estão presentes no evento, houve um aumento de 25% na presença de lobistas do setor.
 
“Após o avanço significativo para o setor da mobilidade elétrica, que foi visto nas últimas edições, os olhos do segmento automotivo se voltam para a COP 27. Porém, ainda assim, os avanços que tivemos nas últimas edições ainda mostram que a conversão de automóveis movidos à combustão para os elétricos é algo irreversível”, destaca Ricardo David.
 
Porém, o principal tema que temos observado, até o momento, é realmente voltado para o setor energético. A matriz energética limpa é algo que muitos países ainda precisam buscar.
 
“O Brasil, neste sentido, é privilegiado. No total, as fontes limpas e renováveis somam 80% da energia elétrica produzida no país, por meio de hidrelétricas, energia eólica e energia solar. E isso está ligado diretamente com o setor da mobilidade elétrica, principalmente quando consideramos a redução total de poluentes, seja na energia que carrega os automóveis, seja no processo de produção dos veículos”, destaca o executivo, que também é engenheiro eletricista. Ricardo também completa afirmando que “acredito que na próxima semana podemos, ainda, apresentar caminhos para o mundo em relação a nossa matriz energética”.
 
Segundo a Presidência do Egito, país onde é realizado o evento deste ano, cerca de 45 mil pessoas participam dessa edição da conferência do clima. A COP 27 continuará até o dia 18 de novembro.
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