17/11/2022 às 22h45min - Atualizada em 17/11/2022 às 22h45min

Como oficinas oferecidas por ONG têm ajudado a promover a equidade racial da população negra da periferia?

As oficinas atuam em duas frentes a de formação educacional/cultural e de empoderamento negro.

Redação
Foto: Balé Avó do PAC – formado exclusivamente por bailarinas negras
Segundo pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais da metade da população brasileira é composta por pessoas declaradas pretas e pardas (56,1%), e infelizmente, é essa população que possui menor renda (74,8%). Além de figurarem essa posição a população preta e parda também é a maior vítima do desemprego, educação, violência e moradia precarizada. Nas periferias, onde pessoas pretas e pardas também compõe grande parte da população, esse quadro é ainda mais latente,
 
Para ajudar a transformar esse ciclo de desigualdades e promover a equidade racial para população preta e parda periférica, a ONG PAC (Projeto Amigos da Comunidade) – que há mais de 19 anos atua com crianças, jovens, adultos e idosos em situação de vulnerabilidade social nas periferias de Pirituba, Jaraguá e Parque São Domingos em São Paulo – SP – possui desde 2020 o ‘AfroPAC’, um programa de oficinas gratuitas que incluem: formações, oficinas educacionais, oficinas de empoderamento e oficinas culturais (balé Ayó – formado exclusivamente por bailarinas negras).
 
As oficinas atuam em duas frentes a de formação educacional/cultural e de empoderamento negro. Em 2 anos, o ‘AfroPAC’ já atendeu cerca de 700 pessoas, colaborando com a equidade racial e empoderamento da população preta e parda da periferia.
 
A professora de balé Alcione Basilio, de 46 anos, é um exemplo do impacto positivo do programa de oficinas ‘AfroPAC’. Ela foi uma das primeiras participantes da formação sobre Racismo Estrutural e Equidade Racial. Durante o processo, Alcione revisitou sua trajetória e percebeu como sua vida foi atravessada pelo racismo, especialmente no período em que estudou balé, no Teatro Municipal de São Paulo onde mesmo com talento excepcional, a jovem bailarina negra não era escolhida para protagonizar espetáculos e por vezes era designada a ensinar suas habilidades a bailarinas brancas.
 
Ainda durante a formação, Alcione decidiu abandonar os alisantes de cabelo e assumir seu cabelo natural, crespo. Tal atitude, empoderou outras participantes que também aderiram aos seus cabelos naturais. Ao final da formação, a professora de balé, propôs a lideranças da ONG PAC, um projeto: o Balé Ayo. Um grupo de balé formado somente por pessoas negras e que busca por meio da dança empoderar e valorizar a comunidade negra periférica.
 
Para conhecer mais detalhes do programa ‘AfroPAC’, além da personagem, sugiro uma entrevista com Rosane Chene, diretora da ONG PAC (Projeto Amigos da Comunidade).  
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