17/10/2022 às 15h23min - Atualizada em 17/10/2022 às 15h23min

O Serial Killer carente

Jeffrey Dahmer, o assassino cruel e impiedoso que matava por prazer. Será?

Danielle Ortiz de Avila
Muito tem se falado da série “Dahmer: um canibal americano”. Cada um traz suas perspectivas sobre o famoso serial killer, mas será que ele matava por prazer mesmo, doença mental ou possuía algum transtorno de personalidade?
 
É inegável que Dahmer passa bem longe de ser uma pessoa dita como normal, vez que desde pequeno já trazia traços bizarros. Sua personalidade incomum acabou sendo agravada pelo seu pai, que o incentivava a pegar animais mortos da rua e trazê-los para casa a fim de dissecar seus corpos.
 
Na adolescência, o fascínio por órgãos e curiosidade sobre a ciência aumentou, Dahmer passou a demonstrar uma personalidade rebelde e cada vez mais solitária, agora não era só um menino tímido do interior, suas fantasias começariam a tomar uma proporção maior, até porque estava começando a descobrir sua identidade e aflorar sua sexualidade.
 
O primeiro assassinato de Dahmer foi em 1978, quando deu carona a um garoto de 18 anos que encontrou na rua. Dahmer o levou pra sua casa, lá beberam, conversaram e quando o garoto possivelmente iria embora, Dahmer o acertou com uma halter de 5kg. Iniciava-se então seus crimes hediondos e as fantasias tornavam-se reais.
 
Sucessivamente vieram mais 16 mortes macabras, todas ocorridas entre 1978 e 1991, as etapas dos crimes eram sempre as mesmas, atraia jovens em boates ou saunas gays e desde ai levava suas presas até sua casa, iniciando as torturas físicas e psicológicas. Há quem escapou com vida das mãos do assassino em série, porém, mesmo após diversas denúncias até mesmo da vizinha, as autoridades nunca averiguavam de fato as ocorrências.
 
Dahmer começou a não só matar, mas literalmente devorar suas vítimas, o que acredito que faça parte do seu poder de dominação que mantinha sobre elas, vez que se alimentando delas fazia com que os corpos o pertencesse de uma forma mais intima, quase que duradoura. Jeffrey era carente de amor, nunca namorou, não tinha amigos e nem mesmo sua família era próxima, a única alternativa era manter os cadáveres sempre próximos, como espécie de “zumbis”, e assim ia fazendo mais vítimas para cessar sua carência.
 
Após sua prisão, Dahmer conquistou muitos admiradores, e até hoje é assim, há quem se vista igual, há diversos filmes, documentários e livros sobre sua vida, pode-se dizer que é considerado um dos serial killers mais conhecidos do planeta, quase um ícone pop da morte. Se estivesse vivo possivelmente ainda estaria na prisão, já que foi condenado pelas 17 mortes, fora os pequenos delitos que já mantinha em seu currículo criminal. Seu fim foi tão trágico quanto sua vida, morreu espancado por um colega de cadeia, se dissesse que a lei do retorno existe para estes criminosos, está aí um exemplo típico.
 
Danielle Ortiz de Avila é especialista em Direito Penal e Processo Penal, Pós-graduanda em Direito Público e Pesquisadora.
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp