11/10/2022 às 16h46min - Atualizada em 11/10/2022 às 16h46min

Vendas de cimento mantém queda em setembro

Em setembro, a comercialização do produto registrou queda de 3,8% em relação ao mesmo mês de 2021, atingindo 5,5 milhões de toneladas comercializadas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

Redação
A manutenção da taxa Selic em patamares elevados (13,75%), o crescente endividamento das famílias e a lenta recuperação dos salários, dificultam o acesso à empréstimos e crédito – além da competição de investimentos imobiliários com produtos do mercado financeiro. Todos esses fatores resultaram na desaceleração das vendas de cimento.
 
Em setembro, a comercialização do produto registrou queda de 3,8% em relação ao mesmo mês de 2021, atingindo 5,5 milhões de toneladas comercializadas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
 
Ao se analisar o despacho de cimento por dia útil em setembro de 238,4 mil toneladas, verificou-se um aumento de 1,6% em comparação a agosto e uma queda de 3,5% sobre mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro foram vendidas 47,7 milhões de toneladas, o recuo foi de 3,0%.
 
A recente atualização do programa Casa Verde Amarela visando impulsionar o segmento da habitação popular mantém uma trajetória de queda de 3,9% no acumulado de janeiro até agosto, em comparação ao igual período de 2021.
 
No entanto, um cenário de franca recuperação de empregos¹ e do Produto Interno Bruto e o arrefecimento da inflação têm potencial para reduzir a queda de vendas de cimento para o patamar de 2%, em linha com as projeções do SNIC.
 
No que diz respeito aos indicadores de confiança, o índice do consumidor2 subiu em setembro pelo quarto mês consecutivo, atingindo o melhor nível desde janeiro de 2020 e o da construção3 alcançou o maior patamar desde novembro de 2012. Porém, nem todos os segmentos da construção avançaram na mesma direção. Edificações teve recuperação, mostrando uma confiança semelhante ao alcançado no início de 2014 e queda no da infraestrutura na visão dos empreendedores.
 
Em relação ao ambiente externo, as principais economias mundiais tentam conter a inflação elevando suas taxas de juros, comprometendo assim, o crescimento da atividade econômica no mundo. Reflexo negativo permanece com altos patamares nos preços de insumos energéticos. Na mesma direção, as matérias primas que integram o processo produtivo do cimento mantiveram alto percentual de reajuste desde 2020.
 
Nesse sentido, a indústria do cimento segue avançando na utilização de combustíveis alternativos em substituição aos fósseis. A matriz energética do setor já reaproveita 28% de resíduos industriais, urbanos e biomassas em seu processo produtivo. A recuperação destes resíduos faz parte da economia circular contribuindo diretamente para a erradicação de lixões, geração de renda e redução da emissão de gases do efeito estufa.
 
“Para a retomada do crescimento do setor é necessário o investimento no desenvolvimento urbano e de infraestrutura. Fundamental elevar a presença do cimento em programas habitacionais, como o uso da parede de concreto, que traz ganhos de produtividade e sustentabilidade para a construção civil. Além disso, é imprescindível incluir o pavimento de concreto como opção nas licitações de ruas e rodovias, por ser um método construtivo de maior durabilidade, mais econômico, que exerce o menor impacto ambiental e ainda traz conforto e segurança para os usuários”, diz Paulo Camillo Penna – Presidente do SNIC.
 



FONTES:
  1. PNAD IBGE
  2. Índice de confiança do consumidor (FGV) 
  3. Índice de confiança da construção (FGV)

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