27/01/2020 às 17h24min - Atualizada em 27/01/2020 às 17h24min

Propaganda paga pela Presidência ficou com apresentadores de TV prediletos de Bolsonaro

Na Record, governo de Jair Bolsonaro pagou R$ 983 mil por cinco inserções no programa Hoje em Dia, de César Filho e Ana Hickmann. Já no SBT, Ratinho recebeu R$ 915 mil por quatro elogios à proposta, Eliana, R$ 269 mil por uma declaração, e Otávio Mesquita, R$ 218 mil por três declarações.

A Secretaria de Comunicação Social do governo (Secom) privilegiou apresentadores de TV preferidos de Jair Bolsonaro (Sem Partido) na segunda fase da campanha publicitária para a reforma da Previdência.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (27) dos R$ 4,3 milhões para a propaganda inserida em programas, 91% foram para Record, Band e SBT.

Na Record, os maiores investimentos foram no programa matinal Hoje em Dia, de César Filho e Ana Hickmann (R$ 983 mil por cinco inserções). Nesse valor, estão incluídos os cachês de R$ 34 mil para cada fala de um ou outro âncora.

Já no SBT, a negociação foi feita com os programas Eliana (R$ 269 mil por um testemunhal), Operação Mesquita, de Otávio Mesquita (R$ 218 mil por três declarações), e do Ratinho (R$ 915 mil por quatro elogios). Mesquita cobra cachê de R$ 2.100. Os dois colegas incluem sua remuneração pessoal no valor cobrado pela emissora.

Não há ilegalidade na contratação de artistas ou jornalistas para fazer merchandising na TV. O Tribunal de Contas da União (TCU), no entanto, investiga se a distribuição de verbas da Secom entre as TVs se dá por critérios políticos, e não técnicos (entre eles o da audiência), o que afrontaria princípios constitucionais, entre eles o da impessoalidade na administração pública.

Reportagem da Folha desta segunda-feira (27) revelou que, sob o comando de Wajngarten, a Secom fez mudanças na estratégia da campanha de publicidade sobre a reforma da Previdência, a maior e mais cara do Planalto no ano passado, privilegiando na distribuição de verbas TVs que são clientes de uma empresa do secretário e emissoras religiosas, apoiadoras de Bolsonaro.


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