05/10/2022 às 10h43min - Atualizada em 05/10/2022 às 10h43min

Ministra Cármen Lúcia aponta possibilidade real de crime de Bolsonaro com pastores no MEC

O caso está em segredo de Justiça. A PF apura o favorecimento de pastores na distribuição de verbas.

Redação
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou na terça-feira (4) que as provas apresentadas pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga suposta prática de corrupção no Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do pastor Milton Ribeiro indicam “possibilidade real e concreta” de envolvimento do presidente Jair Bolsonaro (PL), as informações são do Portal UOL.
 
Uma interceptação telefônica feita pela corporação sugere que o ex-ministro passou a suspeitar que seria alvo de busca e apreensão após uma conversa com o mandatário no início deste ano.
 
“Evidencia-se, nos autos, que somente após a demonstração de fatos novos, consistentes na conversa do dia 22 de junho de 2022, que confirma a conversa do dia 9 de junho de 2022, pode-se concluir pela possibilidade real e concreta de eventual participação do presidente da República em atos relacionados ao que se apura neste inquérito”, escreveu a magistrada em despacho enviado à corporação.
 
A suspeita de interferência e de vazamento da operação Acesso Pago, que prendeu Ribeiro e pastores no caso do balcão de negócios no Ministério da Educação, embasaram a decisão do juiz Renato Borelli de enviar o caso para o STF.
 
O caso está em segredo de Justiça. A PF apura o favorecimento de pastores na distribuição de verbas.
 
“Considerando os dados processuais descritos e em face dos elementos indiciários de prova constantes dos autos, que indicam a possibilidade de envolvimento do presidente da República nos fatos em apuração, com a adoção de práticas que, se comprovadas, configuram infração penal, determino a continuidade das investigações neste STF, ao menos até que a eventual participação ou não do Presidente da República seja apurada”, escreveu Cármen.
 
Na semana passada, a magistrada havia determinado o arquivamento de pedidos de investigação apresentados contra Bolsonaro em março deste ano por causa das acusações de corrupção no MEC. A ministra alegou que há um inquérito sobre o assunto em tramitação. O inquérito a que a ministra se refere foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no início deste ano.
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