03/10/2022 às 11h43min - Atualizada em 03/10/2022 às 11h43min

Assassinos Paranoides

Quando estão acometidos de alucinações, o chamado paranoide que é aquele que constrói sua própria realidade, mata as vítimas aleatoriamente para calar “as vozes da sua mente”.

Danielle Ortiz de Avila
Desde há muito que o homem convive com doenças preexistentes que afetam diretamente sua saúde mental. Variando de pessoa a pessoa, algumas apresentam doenças graves múltiplas, como a esquizofrenia que se dá de forma delirante, psicótica ou motora.
 
A doença se mostra pior quando atinge assassinos em série e, acredite, estes podem ser muito mais cruéis do que criminosos mentalmente sãos. Quando estão acometidos de alucinações, o chamado paranoide que é aquele que constrói sua própria realidade, mata as vítimas aleatoriamente para calar “as vozes da sua mente”, como é o caso de Richard Trenton Chase.
 
Chase matava para “regenerar seu sangue”, acreditava que estava se transformando em pó, e, para isso, deveria beber o sangue das vítimas para poder sobreviver. Seus crimes destacavam-se pela perversidade, usando-se do esfaqueamento e a extirpação, sendo conhecido pelo apelido de “Vampiro de Sacramento”.
 
O serial killer paranoide se classifica no grupo de “assassinos desorganizados”, isso porque não costumam se “preocupar” com as cenas do crime, não seguem os meios de comunicação para se protegerem da polícia, normalmente matam pessoas conhecidas, possuem baixa inteligência e são extremamente imaturos quando se trata do convívio social. O paranoide não possui o menor discernimento dos seus atos, deixam vestígios e até mesmo suas impressões digitais nas cenas do crime.
 
Chase andava com roupas manchadas de sangue pela rua, os lugares que cometia os assassinatos era o legitimo perfil do assassino desorganizado, deixava rastros como pegadas, restos mortais e lixos. Sua casa não era diferente, foram encontrados inclusive os potes de iogurte que usava para beber o sangue das vítimas, além de louça suja de sangue, ossos, partes humanas, restos de animais como cachorros e gatos em sua geladeira e um facão que usava como uma das armas do crime.
 
O serial killer paranoide quando é pego a defesa costuma apresentar as provas de insanidade mental, no caso de Chase, a promotoria alegou que os crimes foram premeditados, argumentando que ele bebia o sangue para tratamento terapêutico, possuindo tão somente um transtorno de personalidade, afastando a tese de esquizofrenia apresentado pelos defensores. Ao final a tese de sanidade mental foi acolhida, levando Chase ao julgamento comum, contudo, veio a se matar antes mesmo de ser executado na câmara de gás, ingerindo comprimidos que acumulou durante toda sua reclusão na penitenciária de San Quentin, Califórnia.

Cabe lembrar que as doenças mentais não possuem relação com o percurso criminoso, isso se dá pelo ambiente em que o indivíduo convive, pois muitos dos criminosos já vem de uma família desestruturada, o que só aumenta a personalidade voltada ao crime.
 
Danielle Ortiz de Avila é especialista em Direito Penal e Processo Penal, Pós-graduanda em Direito Público e Pesquisadora.
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