Mesmo sem a garantia de que Regina Duarte aceitará ocupar a Secretaria da Cultura, o governo Jair Bolsonaro tem bancado as despesas da atriz e de assessores em Brasília - DF. Passagens e hospedagem foram pagos com dinheiro público.
A atriz foi à capital federal na quarta-feira (22) para conhecer o órgão. Ela ainda precisa tomar sua decisão sobre comandar a área cultural do governo Bolsonaro.
O nome de Regina é aposta para substituir o dramaturgo Roberto Alvim. Ele foi demitido do órgão após a publicação de um vídeo com discurso e estética nazistas, na semana passada.
“O Ministério da Cidadania informa que custeou as despesas de deslocamento e estadia de Regina Duarte e de seus assessores”, informou a pasta, que, inicialmente, tinha a Secretaria da Cultura sob seu guarda-chuva.
O ministério se recusou a informar quantos assessores estão sendo patrocinados e qual o valor total das despesas.
Regina tem ao menos dois acompanhantes em Brasília. Um deles é seu filho e sócio, André Duarte Franco. Como mostrou a coluna da jornalista Mônica Bergamo, ele é o elo da atriz com a ala bolsonarista do governo. No hotel onde ela se hospedou desde quarta-feira, uma diária varia de R$ 377,10 - o quarto mais simples - a R$ 2.239 - a suíte máster -, segundo pesquisa no site do próprio hotel tendo como referência a data da quinta-feira (23).
A atriz segue para São Paulo - SP, segundo a Secretaria de Cultura. “O Ministério informa ainda que o procedimento não fere normas legais e faz parte da prática de gestão dos órgãos do Executivo”, disse a pasta da Cidadania em nota.
Regina chegou a Brasília no início da tarde de quarta-feira em um voo comercial. Foi recebida no aeroporto por funcionários do governo, que, em dois carros, a levaram até o Palácio do Planalto, onde almoçou com Bolsonaro.
Em seguida, ela passou o restante da quarta em reunião na pasta que cogita assumir.
O mesmo aconteceu na quinta. Ela deixou a Secretaria de Cultura sem falar com a imprensa.
“De acordo com a assessoria particular de Regina, ela vai refletir sobre tudo que viu e aprendeu. A previsão para que ela dê uma resposta é após o retorno do presidente”, informou a secretaria, referindo-se à ausência de Bolsonaro, que viajou nesta manhã para a Índia e só volta na próxima semana.
Integrantes da pasta disseram ao jornal Folha de S. Paulo que ela se reuniu com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, a quem a Secretaria de Cultura hoje está subordinada.