18/08/2022 às 12h40min - Atualizada em 18/08/2022 às 12h40min

Carro elétrico consome menos energia que um chuveiro no mês

O Brasil é um dos países com maior potencial de geração energética do mundo, com destaque para energias renováveis, como a hidrelétrica, a eólica e a solar.

Redação
Foto: Envato/Elements – Veículo elétrico recebe recarga
Você sabia que um veículo elétrico pode consumir menos energia que o chuveiro de sua casa? Pois é. Dependendo da forma de uso do eletrodoméstico e do VE, é possível que os banhos diários tenham um custo maior do que rodar com o carro pela cidade.
 
Quando se fala em veículos elétricos, muitas dúvidas aparecem, em especial sobre o consumo de energia. Já explicamos como calcular o consumo de um VE na comparação com um carro a combustão. Mas e em relação a outros aparelhos elétricos e eletrônicos?
 
Nós fizemos as contas e concluímos que o custo de energia elétrica de um VE pode ser incorporado à planilha de gastos da família brasileira, sem dificuldades.
 
Fazendo as contas
Para entender o cálculo, é preciso explicar o conceito do consumo de energia elétrica. O consumo de qualquer aparelho pode ser calculado pelo produto entre a potência (medido em kW) e o tempo (hora) em que esse equipamento permanece ligado à rede elétrica. 
 
A fórmula usada para calcular a energia elétrica é: Energia = Potência x Tempo. O resultado é expresso em kWh. Considerando como exemplo uma família com quatro pessoas, e cada uma delas tomando banho por 15 minutos, todos os dias, durante um mês, em um chuveiro com potência de 5.500 W, temos: 
  • Energia elétrica = 5,5 kW x (1 hora x 30 dias);
  • Energia elétrica = 5,5 x 30;
  • Energia elétrica = 165 kWh consumidos no mês. 
Após reajuste da tarifa da energia elétrica em 2022, feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o preço por kWh no Estado de São Paulo é de R$ 1,04 para a tarifa residencial (B1). Assim, a família desembolsa R$ 171,60 com a conta de energia.
 
Carro elétrico mais barato
Para medir o consumo de um veículo elétrico, é preciso estar atento, principalmente, à autonomia e à capacidade de armazenamento da bateria. Diversos fatores também influenciam no cálculo, como o peso total do conjunto, sistema de freios regenerativos, ar-condicionado, temperatura ambiente e equipamento e tipo de recarga, entre outros, mas, para manter o artigo de forma didática, não consideramos essas variáveis.
 

O carro elétrico mais barato do Brasil, em agosto de 2022, é o iCar, da Caoa Chery, vendido a R$ 144.990. A fabricante anuncia autonomia de 282 quilômetros para o veículo, que tem bateria com capacidade de 30,4 kWh. 
 
Segundo a montadora, o iCar consome 10,78 kWh a cada 100 quilômetros rodados. Tendo como base que a família utiliza o veículo para percorrer, em média, 1.200 km por mês (ou 40 km por dia), o consumo desse carro no período será de 129,3 kWh, menos que o consumo daquele chuveiro. Com a tarifa a R$ 1,04, o custo será de R$ 134,47 para abastecer o veículo em casa.
 
Carro elétrico mais vendido
De acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o carro 100% elétrico mais vendido no Brasil no primeiro quadrimestre de 2022 foi o Volvo XC40 Recharge. A versão de entrada, denominada P6, é vendida a R$ 309.950.
 

De acordo com os dados da montadora, a bateria do veículo tem capacidade de 69 kWh, e entrega uma autonomia de 420 quilômetros. Para rodar 100 quilômetros, o XC40 Recharge P6 consome 16,42 kWh. Considerando que o modelo percorre 1.200 quilômetros em um mês, o consumo energético é de 197,14 kWh (R$ 205,02).
 
Voltando àquela família de quatro pessoas, em que cada uma toma banho de 15 minutos por dia, mas agora considerando um chuveiro de 7.500 W de potência, o consumo de energia elétrica do eletrodoméstico será de 225 kWh (R$ 234,00), mais que o utilitário esportivo.
 
Conclusão
O Brasil é um dos países com maior potencial de geração energética do mundo, com destaque para energias renováveis, como a hidrelétrica, a eólica e a solar.
 
Os preços de veículos elétricos praticados por aqui ainda não estão de acordo com o poder aquisitivo da maior parte das famílias brasileiras. Mas o consumo de energia elétrica pelos veículos elétricos não é, nem de longe, o maior vilão para destravar a descarbonização da mobilidade urbana no país.
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