19/01/2020 às 21h12min - Atualizada em 19/01/2020 às 21h12min

Luís Arce, ex-ministro da Economia da Bolívia, será candidato à presidência pelo partido de Evo Morales

A eleição está marcada para 3 de maio, cerca de seis meses depois de Morales renunciar ao cargo.

O ex-ministro da Economia da Bolívia, Luís Arce foi escolhido neste domingo (19) como candidato à presidência do país pelo partido de Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS). A eleição está prevista para acontecer no dia 3 de maio.

O companheiro de chapa de Arce é o ex-chanceler David Choquehuanca. O anúncio foi feito pelo próprio Evo Morales, durante entrevista coletiva em Buenos Aires. O ex-presidente está refugiado na capital argentina desde que renunciou ao cargo, em novembro do ano passado.

A votação para definir o candidato à presidência aconteceu em Buenos Aires. Arce foi escolhido por mais de 50 delegados do partido. Morales atuará nas eleições como chefe de campanha do MAS.

A Bolívia realizou eleições presidenciais em 20 de outubro. Havia duas apurações: uma preliminar e mais rápida, e outra de resultado definitivo, por contagem voto a voto. Os resultados iniciais da primeira apuração apontavam um segundo turno quando ela foi interrompida.

Passou-se somente à contagem definitiva, mais lenta. Antes mesmo do resultado definitivo que apontava a vitória de Evo, já começaram as manifestações. Simpatizantes de Carlos Mesa, o candidato derrotado, foram às ruas para denunciar uma fraude na apuração. Houve relatos de confrontos em Sucre, Oruro, Cochabamba e La Paz, entre outras cidades.

Em 24 de outubro, foi confirmada a vitória de Evo, com 10,56 pontos percentuais à frente de Carlos Mesa. Após o resultado, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o governo da Bolívia anunciaram que a entidade faria uma auditoria do processo eleitoral inteiro.

Durante o início de novembro, os protestos voltaram a acontecer, não apenas entre a população. Departamentos de polícia das regiões de La Paz, Cochabamba, Sucre e Santa Cruz decidiram que não iriam mais reprimir os manifestantes e se amotinaram.

No dia 10 de novembro, a auditoria da OEA confirmou que houve fraude nas eleições. Logo em seguida, Evo Morales convoca a imprensa e anuncia a dissolução do Tribunal Superior Eleitoral e a convocação de novas eleições.

Depois, os chefes das Forças Armadas e da Polícia pediram que Evo Morales deixasse o cargo para “pacificar” o país. No mesmo dia, Morales renuncia à presidência.

O ex-ministro da Economia Luís Arce será candidato à Presidência da Bolívia nas eleições de 3 de maio formando chapa com o ex-chanceler David Choquehuanca, anunciou o ex-presidente Evo Morales neste domingo (19) em Buenos Aires.

A chapa do partido do ex-presidente, o Movimento ao Socialismo (MAS), sindicatos e organizações afins, foi anunciada por Morales em coletiva de imprensa na capital argentina, onde está asilado há mais de um mês.

Arce é “uma combinação entre a cidade e o campo para continuar com o processo de mudança. Nosso movimento camponês não é excludente e não marginaliza”, disse Morales, que governou a Bolívia durante 14 anos até sua renúncia, em 10 de novembro.

Tanto Arce quanto Choquehuanca viajaram a Buenos Aires para as deliberações, nas quais participaram uns 50 dirigentes do partido, de sindicatos e de movimentos sociais. No entanto, nenhum dos dois esteve presente na coletiva de imprensa.

“Luís Arce garante a economia nacional”, afirmou Morales. Foi durante o governo do ex-presidente que Arce ocupou o cargo de ministro da Economia e Finanças Públicas entre 2006 e 2017, e entre janeiro e novembro de 2019.

Os candidatos serão formalmente anunciados em um ato em Buenos Aires na próxima quarta-feira (22).

Pesquisas anteriores ao anúncio atribuíam ao partido MAS 20,7% das intenções de voto, acima dos demais. Em segundo lugar aparece o ex-presidente de centro Carlos Mesa, com 13,8%.

Luís Arce, de 56 anos e originário de La Paz, é considerado o pai do chamado por alguns de “milagro econômico” boliviano, baseado em um modelo de desenvolvimento social comunitário produtivo.

A partir da nacionalização dos hidrocarbonetos, em 2006, que coincidiu com um boom sem precedentes dos preços do petróleo, a Bolívia começou a crescer a um ritmo de 4,9% ao ano e a pobreza extrema diminuiu de 38,2% em 2005 para 17,1% em 2018, segundo cifras oficiais.

A Bolívia irá às urnas em 3 de maio próximo e um eventual segundo turno será realizado em 14 de junho.


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