16/07/2022 às 11h03min - Atualizada em 16/07/2022 às 11h03min

MBL e Arthur do Val tentaram forjas “provas” para acusar padre Júlio Lancellotti de pedofilia

O caso foi denunciado por dois ex-militantes do Movimento Brasil Livre e revelado pela revista Piauí.

Redação
Revista Piauí
O MBL e a equipe do ex-deputado estadual Arthur do Val tentaram fabricar “provas” para acusar o padre Júlio Lancellotti por pedofilia. O caso foi denunciado por dois ex-militantes do Movimento Brasil Livre e revelado pela revista Piauí.
 
Segundo o engenheiro Fernando Dainese e o relações-públicas Lucas Studart, um assessor parlamentar de Arthur do Val, chamado Guto Zacarias, criou um perfil falso no Facebook para forjar supostas “provas” e acusar o padre de pedofilia.
 
Zacarias tinha 21 anos na época, em 2020, e criou o personagem de Matheus Rocha Nunes, que teria 16 anos, para trocar mensagens com um suposto perfil de Júlio Lancellotti. O padre nega que tenha trocado as mensagens e o advogado dele, Luiz Eduardo Greenhalgh, também afirmou à Piauí que todo o conteúdo foi manipulado.
 
Segundo a reportagem, e a denúncia de Dainese e Studart, a tentativa de denunciar Júlio Lancellotti seria uma forma de impulsionar a campanha de Arthur no Val. Em diversas ocasiões, o ex-deputado ofendeu o padre e chegou a chamá-lo de “cafetão da miséria”. Em entrevistas, afirmou que iria “desmascarar” o padre.
 
“Não pode falar do padre Júlio Lancellotti, aquele tranqueira lá. Eu vou desmascarar esse padre, inclusive. Pode cortar esse trecho e guardar: eu vou desmascarar esse padre”, disse à rádio Jovem Pan, em 10 de setembro de 2020, quando Guto Zacarias estaria trocando mensagens com o suposto perfil de Lancellotti.
 
Do Val chegou a fazer posts chamando padre Júlio de “deplorável” e dizendo que Lancellotti era “uma das maiores farsas do Brasil”. As publicações foram feitas em 15 de setembro, um dia depois da última troca de mensagens entre Matheus Rocha Nunes, isto é, Guto Zacarias, e o perfil que seria do padre.
 
No dia 13 de outubro, o ex-deputado fez a denúncia contra Júlio Lancellotti por meio de um vídeo, acusando o padre de pedofilia. Do Val levou o material para o Ministério Público.
 
Fernando Dainese e Lucas Studart afirmam que a estratégia foi pensada por Renan Santos, fundador do MBL. Guto Zacarias foi chamado pelos dois de “ferramenta” de Renan. O jovem confirmou que o perfil era falso, mas negou ter sido o criador.
 
A denúncia de Arthur do Val contra o padre Júlio Lancellotti foi arquivada por “falta de materialidade”, em 2021.
 
A assessoria do MBL nega que Do Val e Renan Santos tenham criado um perfil falso. “São acusações falsas de desafetos bolsonarista”, disse Israel Russo, chefe de comunicação do MBL, para se referir aos ex-membros.
 
Dainese e Studart deixaram o MBL em dezembro de 2020. Eles afirmaram que estavam decepcionados com as estratégias do grupo. Dainese ainda esperava que tivesse um cargo no gabinete do vereador Rubinho Nunes, mas nunca foi nomeado.
 
Fernando Dainese trabalha hoje na assessoria de imprensa da Secretaria de Turismo do governo de Cláudio Castro, no Rio de Janeiro. Recentemente, invadiu um evento da chapa de Lula e Geraldo Alckmin em um hotel em São Paulo – SP, ao lado do deputado bolsonarista Caique Matos.
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