21/05/2022 às 10h50min - Atualizada em 21/05/2022 às 10h50min
Jornal O Globo afirma que o Bolsa Família sofreu retrocessos e virou ‘programa eleitoreiro de Bolsonaro’ ao se tornar Auxílio Brasil
Em editorial, jornal diz que a mudança fez com que o Bolsa Família ‘deixasse de ser um programa de Estado para se tornar trunfo eleitoreiro’ de Jair Bolsonaro.
Redação
Jornal O Globo
O jornal
O Globo afirma, em editorial, “que o programa Bolsa Família, criado no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é citado dentro e fora do Brasil como exemplo de política social bem-sucedida” e que é “extremamente preocupante a deterioração da qualidade dessa política pública exitosa desde que foi transformada no Auxílio Brasil, o programa eleitoreiro criado pelo presidente Jair Bolsonaro para chamar de seu e ostentar nos palanques”.
“O desmonte se acentuou a partir da pandemia. Como o auxílio emergencial distribuído em 2020 e 2021 destinava-se a parcela maior da população, o coronavírus serviu de pretexto para a suspensão da cobrança de contrapartidas daqueles que recebiam o Bolsa Família. Ao mesmo tempo, criou-se uma pressão maior no caixa do Tesouro. Para o lançamento do Auxílio Brasil, com valor estipulado em R$ 400 sem nenhum tipo de critério ou embasamento técnico, o custo do programa passou a cerca de 1% do PIB, sem que houvesse ganho correspondente na eficácia. Eis uma das razões para a ruptura do teto de gastos no Orçamento deste ano”, destaca o periódico.
“Ainda mais preocupante que o impacto fiscal – ao menos pode-se argumentar que esse dinheiro é destinado a sanar um dos maiores flagelos nacionais – foi a perda de foco do programa. Não há distinção entre os beneficiários, não se sabe se Bolsonaro restabelecerá a cobrança de contrapartidas e, para piorar, o Cadastro Único de quem recebe o benefício não vem sendo atualizado como deveria pelas prefeituras. Um governo sustentado pelo Centrão por certo não fará a cobrança para que seja”, destaca o editorialista no texto.
Ainda segundo o jornal, “o relaxamento na administração do Auxílio Brasil resulta em perda de foco na distribuição dos recursos e o rebaixa à condição de um plano assistencial meramente populista, contrário aos interesses do contribuinte. Ele deixou de ser um programa de Estado para se converter apenas em trunfo eleitoreiro”.