O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, encerrou 2019 em 4,31%. Um dos gastos que mais puxaram o índice foi a carne, que acumulou alta de 32,4% no ano passado. Além disso, o feijão ficou 55,99% mais caro.
O resultado do IPCA ficou acima do centro da meta do governo, de 4,25%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, podendo variar entre 2,75% e 5,75%. Em 2018, a inflação foi de 3,75%.
As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, os preços de alimentos e bebidas pesaram no bolso dos brasileiros no ano passado. A alta de 6,37% foi puxada, sobretudo, pelas carnes, cujos preços dispararam no mercado interno devido ao aumento das exportações para a China e à desvalorização do real.
“A alimentação fora do domicílio também influenciou o índice, em função do aumento das carnes”, disse o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
No final do ano, o preço da carne subiu tanto que consumidores pelo Brasil passaram a mudar hábitos, trocando o produto por frango e ovos e fazendo churrascos mais restritos, só com linguiça. Em São Paulo, os preços mudavam com tanta frequência que os açougues chegaram a retirar as placas de preço.
Na ocasião, a ministra da Agricultura afirmou que a carne antes estava muito barata e que os preços não deverão retornar ao patamar anterior.
Só em dezembro, as carnes subiram 18,06%, puxando para cima a inflação do mês e contribuindo para que a alta dos preços ficasse acima do centro da meta do governo em 2019.