16/03/2022 às 20h47min - Atualizada em 16/03/2022 às 20h47min

Copom eleva Selic para 11,75% ao ano; juro básico da economia está no maior patamar desde 2017

Nono aumento seguido na taxa é medida para conter a inflação. Processo de elevação da Selic teve início em março do ano passado.

Redação
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (16), por unanimidade, elevar a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano – alta de um ponto percentual.
 
É o nono aumento consecutivo na taxa. Com isso, a Selic alcançou o maior nível desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano. Ou seja, o maior nível em quase cinco anos.
 
Antes desse ciclo de altas, entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021, a Selic tinha ficado estacionada no mínimo histórico de 2% ao ano.
 
De acordo com projeções de analistas do mercado financeiro, a Selic deve voltar a subir nos próximos meses. A previsão é de que o juro básico suba para 12,5% ao ano no começo de maio e para 12,75% ao ano em meados de junho, permanecendo neste patamar até o fim de 2022.
 
O aumento da taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para enfrentar a inflação. A sequência de altas na Selic, portanto, é uma tentativa do Copom de conter o movimento de alta de preços registrado nos últimos meses.
 
Em fevereiro, a inflação acelerou 1,01%, registrando a maior variação para o mês desde 2015.
 
Guerra e incerteza fiscal
Em comunicado, o comitê avaliou que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia aumentou as incertezas em relação ao cenário econômico em todos os países.
 
“O choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas”, explicou em nota.
 
Um dos fatores que podem intensificar a alta de preços, de acordo com o Copom, são as políticas fiscais do governo.
 
“Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal mantém elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação”, afirmou.
 
O comitê também reforçou que continuará a adotar as medidas necessárias para conter a inflação.
 
“O momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques. Caso esses se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário”, defendeu o Copom.
 
Segundo a nota, o comitê já prevê um “ajuste da mesma magnitude” na próxima reunião.
 
Um ano de juros em alta
Com a decisão desta quarta-feira, o atual ciclo de alta dos juros completa um ano. O processo de elevação da taxa Selic teve início em março do ano passado.
 
Uma das consequências da alta dos juros é o aumento das taxas bancárias. No ano passado, a elevação do juro bancário foi o maior em seis anos.
 
Ao encarecer os empréstimos, a alta da Selic influencia negativamente no consumo da população e nos investimentos produtivos. Dessa maneira, impacta negativamente o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda.
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