Foto: Pexels O uso de novas medicações têm trazido esperança para pessoas que vivem com vitiligo. Remédios até então utilizados para o tratamentos de outras doenças, como a artrite, e alguns
medicamentos de alto custo e importados estão sendo apontados como opções.
Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, restauraram a pigmentação da pele de uma mulher de 53 anos, usando uma medicação conhecida por tratar artrite, que é a inflamação das articulações.
O estudo foi publicado na revista científica JAMA Dermatology. A partir daí, o Tofacitinib pode vir a ser considerado uma aposta para reverter os sintomas da doença. As manchas que a paciente possuía nas mãos e no rosto desapareceram em dois meses depois do início das aplicações.
Causas e diagnóstico do vitiligo De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), estima-se que o vitiligo afeta cerca de 1% a 2% da população mundial e 0,5% da brasileira. A doença não apresenta risco para a saúde física, mas pode trazer danos psicológicos.
Trata-se de uma enfermidade não infecciosa, caracterizada pela diminuição ou ausência de melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, pigmento que dá cor à pele. O processo gera manchas brancas ao longo do corpo.
As causas ainda não são completamente estabelecidas, mas, de acordo com especialistas, fenômenos autoimunes e hereditários estão associados ao vitiligo. Alterações ou traumas físicos e emocionais também podem fazer parte dos fatores que agravam ou desencadeiam a doença.
O diagnóstico é clínico e precisa ser feito por um médico dermatologista, que deve olhar as lesões e solicitar exames laboratoriais, para determinar se o paciente tem mesmo vitiligo e se existem outras doenças associadas. Isso porque, algumas manchas podem ser causadas por micoses ou pelo sol e não constituem vitiligo.
Sintomas e classificações Conforme a SBD, "a maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele". Contudo, em alguns casos, são relatadas sensibilidade e dor na área afetada.
Uma vez que o vitiligo é detectado, o médico dermatologista o classifica em dois tipos. O primeiro deles é o segmentar ou unilateral, que apresenta sinais apenas em um lado do corpo. Os sintomas costumam ter início com o paciente ainda jovem. Pelos e cabelos também podem sofrer despigmentação.
O outro tipo, mais comum, é classificado como não segmentar ou bilateral, pois se manifesta nos dois lados do corpo. Inicialmente, as manchas costumam surgir em extremidades, como boca, nariz, mãos e pés. Existem períodos em que a doença se desenvolve mais e momentos de estagnação. Esses ciclos perduram por toda a vida do paciente.
Tratamento do vitiligo Apesar de não existir uma cura definitiva para o vitiligo, atualmente existem tratamentos com resultados satisfatórios, como enfatiza a SBD. Há terapias que buscam estabilizar o quadro e também promovem a repigmentação da pele.
Os tratamentos convencionais geralmente são feitos com o uso de
medicamentos especiais, pomadas à base de corticóides, loções, fototerapia e laser. Os remédios que induzem à repigmentação das regiões afetadas são derivados de vitamina D e corticosteróides.
A fototerapia pode ser feita com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb) e A (PUVA). Segundo a SBD, elas são indicadas para quase todas as formas de vitiligo, com resultados visíveis, principalmente em lesões do rosto e do tronco.
Outras tecnologias como laser, práticas cirúrgicas e transplantes de melanócitos também são utilizados no tratamento. Alguns novos remédios estão surgindo e podem otimizar o tratamento contra o vitiligo no médio prazo.
A SBD ressalta que o tratamento do vitiligo é individualizado e deve ser pensado junto a um dermatologista, já que as características de cada paciente precisam ser levadas em consideração. Além disso, os resultados podem variar significativamente de acordo com cada pessoa.